06h30min. Preparo-me pra mais um dia da minha angustiante, fatigante e alucinada rotina. Em prol de 15 minutos a menos de vida sedentária, prefiro fazer parte do percurso a pé. O sol das 7 horas e alguma coisa é perfeito: quente, mas não tanto a ponto de me fazer transpirar; a claridade na medida certa, sem me impedir de olhar pro céu, apenas fazendo com que eu aperte um pouco os olhos (detesto óculos escuros).
É nesse tempo que eu reflito, é minha única oportunidade de simplesmente pensar, sem analisar os detalhes, sem me preocupar com opiniões e conceitos alheios, sem me preocupar nas conseqüências (“Se livrar da vaidade e apenas ir com o ritmo”). Deixo-me livre! Perco-me nos meus pensamentos desconexos e efêmeros. Deixo tudo fluir, sem me apegar aos detalhes... detalhes que só servem pra me confundir.
Chego a sentir que escapo de mim por alguns minutos. Como se analisando minha vida de forma teoricamente imparcial as coisas pudessem se resolver. Não, elas não se resolvem... mas pelo menos fica mais fácil analisar as informações aparentemente inúteis para transformá-las em verdadeiros trunfos na hora certa.
Não mais me surpreendo, como antes acontecia, com alguns sorrisos ou algum olhar de ódio expresso em meu rosto devido ao que se passava não na minha mente, mas em meu coração. Deve ser a única hora do dia na qual minha alma sai pra tomar um ar e fica evidente no meu rosto... Quando dou por mim, já estou quase no meu destino final. O paradoxo entre inferno e céu explícito em cada canto do lugar.
Infernal a angustia... a duvida em saber se é mesmo certo se privar, trocar algumas coisas boas da vida por outras nem tão boas assim... o peso da responsabilidade de ter o futuro nas mãos e não ter força pra seguir erguida todo o caminho... olhar pra trás e parecer que muito foi feito, mas olhar pra frente e saber que ainda falta muito, muito mesmo... a culpa por saber que vai decepcionar alguém sempre, não tem como ver todos que ama felizes ao mesmo tempo, e quanto mais se esforçar pela felicidade alheia mais vai denegrir a sua... o arrependimento pelas tarefas não terminadas, pelas frases não ditas, pelos gestos não feitos, pelas vontades reprimidas...
De celestial apenas a cor, e os anjos que lá encontrei. Só eles pra me fazer encarar essa rotina maluca... só amigos tão loucos pra agüentar meus ataques repentinos de choro, riso, carência, empolgação. Eu precisei descer da torre e encarar as curvas das sinuosas rampas pra crescer, e encontrar meus verdadeiros bens, meus verdadeiros amores, meus corações.
Mais uma vez a roleta trava... mais uma vez eu me irrito com isso, e como sempre lá pela quinta tentativa eu adentro na minha vida real. Afasto o turbilhão de pensamentos, uma olhadinha rápida no espelho, milhares de abraços, bom dias, colinhos. Tento fazer desse lugar o meu lugar, e tenho conseguido.
"Por enquanto espero e vou vivendo
(...)É, e isso é verdadeiro
Me troco, me arrojo, ao menos por enquanto
Enquanto isso durar."
A rotina é dificil né?Mais graças a Deus ela existee.!Pq se nao fosse ela nao teria o prazer de ti ver todas as manhas.!
ResponderExcluirTe amo de verdade coraçao.!
vc é essencial na minha vida.!
s2
rapha
Vida é subir a montanha! :)
ResponderExcluireu adoro esse teu texto!
beijao
pra vc ver ne amiga, todos precisamos de uma brechinha pra descontrair o pensamento e esquecer um pouo.... Mas que vc saiba que sempre que se lembrar da sua rotina, do seu mundo real, tera sempre uma parte que é reservada, e qu sempre estara ocupada por mim....
ResponderExcluirBjusss!